No artigo anterior dei como exemplo um sócio “Lobo” que precisava de um sócio “Tubarão”. Mas a grande verdade é que as empresas precisam bem mais do que dois sócios. Elas precisam da riqueza que a multidisciplinaridade de perfis proporcionam, mesmo quando há apenas um dono. E o mais importante uma empresa que almeja crescer ou que está crescendo precisa da complementaridade que esses perfis geram.
Conhecer os comportamentos e habilidades de cada um dentro da empresa permite aos gestores trabalharem diferentes perfis. Habilidades e comportamentos diferentes, exigem diferentes níveis de cobrança de acordo com a maturidade de cada um. E indo além, permitirá a construção da consciência coletiva da equipe em prol de um objetivo comum.
Quando os sócios entendem que perfis comportamentais diferentes trazem uma complementariedade enriquecedora à gestão, conseguem transmitir isso aos demais níveis da empresa. Pois é comum nos sentirmos atraídos em contratarmos profissionais parecidos conosco. Mas é preciso abrir o leque e construir um time heterogêneo, de cima para baixo. A tão falada diversidade, deve ser colocada em prática.
Com um time heterogêneo para liderar, recomendo atenção a alguns elementos como: definir e comunicar metas claras, inteligentes e que empolguem a todos, construa um clima de confiança com a convivência e resolva os conflitos com conversas sérias e duras, antes que eles cresçam. Mantenha o time próximo o suficiente para estabelecer um canal de comunicação saudável.
A diversidade de perfis, estilos, personalidades e competências proporciona uma visão 360 graus na tomada de decisão. Cada decisão que tiver a coleta e interpretação de informações, análise de diferentes perspectivas e ponderações de um time diversificado será sem dúvida a mais certeira. Essa multiplicidade garante que a maioria dos aspectos seja observado.
Comprometer a todos nesse modelo de gestão proporciona a todos o retorno do sucesso. Perfeição não existe, mas trabalho com excelência sim. Então foque em contratar e engajar pessoas que você vislumbraria como sócias da sua empresa. Comprometa cada uma com a causa da sua empresa. Quando elas são comprometidas se tornam “donas do seu negócio”, mesmo não tendo participação societária”.
Já vi muitos sócios tão parecidos em termos comportamentais que seus empregados seguiam o mesmo modelo sem exceção. Ao observar de longe eles conversando pareciam todos robôs saídos de uma linha de produção. Mas essa empresa pode se manter estagnada por não ter internamente quem os desafie em sua visão.
Até já falei desse assunto em Como fazer mais com menos? e deixei o exemplo dos sócios que não possuíam habilidades de comunicação para a venda. Outra situação que pode acontecer é os gestores começarem a ver o que ousa ser diferente como um rebelde. O que também é um outro erro. Já que o “rebelde” é o profissional que pode trazer a mudança de resultado que a empresa espera.
Para de contratar por competências técnicas e despedir pelos comportamentos, alinhe os dois na hora de contratar. Mas entenda primeiramente o que sua empresa precisa. Não tenha medo de inovar, diversificar e errar, mas crie um time que impacte positivamente a sua empresa. Não sabe como fazer, busque ajuda externa para estruturar suas contratações. E como gestor se prepare para lidar com a diversidade.