A empatia é algo difícil de explicar. Porque a grande verdade é que você sente-se ligado a uma pessoa ou não, você acolhe ou não. Mas o que desperta isso em cada um de nós podem ser características bem diferentes que percebemos no nosso interlocutor. Fazendo uma analogia com as máquinas. Seria como estarmos plugados na grande rede, com uma vasta opção de aplicativos e o que nos interessa chama nossa atenção para usarmos.
Assim como os apps espalhados pela rede, a grande verdade é que se você cativa à pessoa com quem você está se comunicando, você consegue com certeza uma comunicação de maior qualidade. No caso dos apps, você usa melhor o que te interessa. Mas a principal diferença é que no computador você para de usar ou desinstala o que não quer mais. Com pessoas não é assim.
Num processo de coaching é essencial a empatia com quem estamos lidando. Já que estaremos trabalhando por algumas semanas juntos e o que conseguirmos de resultado vem do relacionamento que estabelecemos. Essa nossa conexão com o coachee, é bem mais profunda do que com nossos apps, porém vemos alguns que instalaram programas muito complexos e ruins em suas mentes. São programações da mente que o limitam e em muitos casos paralisam suas ações. Não desconectamos as pessoas, mas acredito que desinstalamos muitos apps e lixos eletrônicos instalados em seu hard drive (o cérebro), ao longo dos anos. Como os computadores que só recebem dados e nunca passam por uma limpeza e desfragmentação. Assim são as mentes de muitas pessoas, que ao longo da vida só receberam palavras negativas.
A pessoa que se coloca num processo de coaching tem o seu estado atual e como meta o estado desejado. Nosso papel é fazer com que essa pessoa possa sair do estado atual até o estado desejado. A confiança, o respeito, a amorosidade, a compreensão, o suporte, a orientação, etc. são algumas das atitudes e ações que teremos durante esse trajeto. Então nesse caso o processo de desinstalar na maioria das vezes depende única e exclusivamente do coachee. Qualquer ferramenta ou atividade deve ser realizada com a sua permissão, com um convite a experimentar algo novo.
Não podemos, como coaches, esquecer que sempre o coachee deve decidir. A vida do coachee é responsabilidade dele e não há nada que devamos impor. Senão corremos o risco de manipular a vida do coachee. Nosso dever é sempre lembrar ao coachee da sua imensa responsabilidade com sua vida. Respeitar os valores, princípios e crenças do coache. Fazer com que o mesmo ainda assim rompa com suas limitações só é possível pela boa conexão estabelecida e pela empatia conquistada.
Na condução das sessões podemos nos deparar com coachees muito fragilizados em sua luta. Nesse momento o reforço positivo é fundamental. Como é bom quando uma pessoa, que repetia algo negativo a seu respeito, começa a se ver de outra maneira e o melhor ainda começa a ter atitudes e se posicionar corretamente diante de uma situação difícil. Eu diria que esse reforço positivo seria como instalar programas novos de grande utilidade e que trarão resultados surpreendentes.
Num processo de coaching a empatia irradia dos dois lados com certeza, pois o carinho e laço de amizade que surge são impressionantes. Eu tive uma coachee que estava sempre muito negativa e pra baixo. Numa sessão ela chorou tanto que eu queria colocar ela no colo. Contive-me muito, mas falei o que eu enxergava nela. A força e a coragem de se reerguer diante das lutas e dos obstáculos, e a cada ação que ela tomava eu a via mais forte e centrada.
Acompanhei algumas noticias bem difíceis que ela recebeu nesse processo. Sempre com muita amorosidade e reforço positivo, mostrava sua capacidade de superação. Ela recebia isso e seguia em frente. Como adepta do modelo Ericksoriano, respeitar a individualidade de cada coachee é fundamental e poder trazer a tona o melhor de cada um.
Isso não tem preço para um coach e fica aqui o convite, se conecte e viva o lema do coaching: “Tudo o que vier é bem-vindo. Se for bom, deixe que fique. Se for ruim, deixe que vá!”