Quando penso em Inteligência Artificial me sinto dividida, um lado meu entende e vê com bons olhos a aplicabilidade de uma tecnologia capaz de aprender, adaptar-se e agir potencialmente de forma a acelerar resultados. Outro lado, porém, me assusta com o potencial de uso errado, como as deep fakes.

A capacidade de utilizar a Inteligência Artificial (IA) para melhorar a tomada de decisões, reinventar modelos e ecossistemas de negócio e melhorar a experiência do consumidor chegaram para ficar. Não tem como negar que seja fantástico receber recomendações de filmes, músicas e produtos que se encaixam perfeitamente ao seu gosto.

Em 2017, David Cearley, VP Gartner afirmou “As técnicas de IA estão evoluindo rapidamente e as organizações vão precisar investir significativamente em competências, processos e ferramentas para poder explorar essas técnicas com sucesso e construir sistemas melhorados de IA”.

Estamos em 2022 e a aplicação da IA pode ser notada em diversas soluções utilizadas em nossa rotina: serviços de streaming, redes sociais, detecção de fraudes em cartões de crédito, reconhecimento facial e outras tantas.

Adotei o e-commerce em 2000 e desde então as recomendações sobre produtos que posso me interessar e as ações de remarketing que me seguem nas redes sociais, estão cada vez mais inteligentes.

Se eu tenho ofertas e recomendações personalizadas, também tenho minha privacidade invadida sem “reclamar”, já que os modelos de dados são melhorados para analisar as “pegadas digitais” que vou deixando no mundo virtual.

E não falo apenas do que preencho nos formulários de compras ou das escolhas de produtos que coloco no carrinho, mas também do que vejo e por quanto tempo os vejo nos site em que navego. Cada etapa da navegação está sendo monitorada.

Todas essas facilidades são baseadas na aprendizagem de máquina, ou seja, a inteligência artificial é uma das inovações mais poderosas no meio da computação e sim veio para ficar. Assim como podemos ver os benefícios para nós usuários, percebemos seu uso também cada vez mais eficiente por trás de diversos Cybercrimes.

Em 2021 a IBM divulgou o resultado do seu 17º. Relatório do Custo de Violação de Dados, informou que o custo total médio de uma violação de dados aumentou em 10% entre 2020-2021 e a identificação de uma violação de segurança subiu para 287 dias. Em um ano tivemos um aumento de 87 dias para identificar uma violação de segurança.

Sendo assim empregar IA e automatizar controles de segurança passou a ser primordial. Empresas que implementaram ações nesse sentido tiveram uma redução significativa nos custos de violação de US$ 2,90 milhões, em comparação a US$ 6,71 milhões em empresas sem implementação.

A diferença de US$ 3,81 milhões é de quase 80%. E 65% das empresas participantes implementaram ações nesse sentido. A IA e a automação de segurança foram associadas a um tempo mais rápido para identificar e conter incidentes e tentativas de intrusão.

As análises de eventos e logs dos sistemas e infraestrutura podem ser realizadas rapidamente e com correlação entre seus dados. Quanto mais detalhes forem coletados, mais correlações podem ser feitas e mais simulações podem ser avaliadas para controle do ambiente.

As ferramentas de IA podem aprender e identificar letras irregulares em e-mails e detectar padrões de comportamento suspeitos nos usos dos sistemas. Assim, é possível realizar testes automatizados e bloquear mensagens suspeitas, acessos indevidos e transmissões fora do padrão regular.

As análises automatizadas de dados das diferentes fontes utilizadas pelas empresas são capazes de identificar ameaças como phishing, códigos maliciosos e pacotes suspeitos nos tráfegos de rede. Também é possível definir novas ações preventivas para proteção do ambiente.

Decidir pela solução a ser adotada pode ser difícil, mas sem ajuda da Inteligência Artificial não tem como entregar valor ao cliente e nem proteger as empresas. Esse será um ponto importante para as empresas Data Centrics colocarem em seus orçamentos pelos próximos anos.


Renata V. Lopes

Atua há mais de 25 anos na área de Tecnologia da Informação com gerenciamento de projetos e equipes multidisciplinares, em grandes empresas como Grupo Gerdau, Lojas Renner, Hewlett-Packard, Rio2016 e Grupo Guanabara. Master coach, leitora compulsiva, blogueira, apaixonada por redes sociais e estudante em constante desenvolvimento, acredita na cooperação, colaboração e compartilhamento do conhecimento como forma de aprendizado.

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