Por crença pessoal eu não acredito na incompetência, mas acredito que existem pessoas certas nas posições erradas, profissionalmente falando. Algumas dicas podem ajudar um gestor a posicionar as pessoas nas funções certas. Mas a grande verdade é que os profissionais devem ter essa preocupação desde o primeiro instante que vislumbram uma oportunidade nos classificados.
Antes mesmo de entrarem no processo seletivo, um profissional comprometido com sua carreira deve conhecer a empresa onde deseja ingressar. Tudo começa por buscar no site da empresa a visão, missão e valores que podemos entender como partes da identidade corporativa. Alguns coachees sempre me questionam que algumas empresas esquecem o texto no site e na prática o que está escrito lá não faz parte do DNA corporativo. Eu penso, e ai está mais uma crença pessoal, talvez eles não tenham lido e internalizado também.
Se de um lado o profissional deve buscar conhecer a identidade da empresa, do outro lado estão os gestores que devem sempre que possível relembrar esses três elementos da identidade corporativa onde estão atuando. E não cabe aqui apenas a ação de imprimir o texto, colocar num quadro na porta de entrada. Mas de praticar sempre que for possível e reforçar em seus discursos.
Voltando ao profissional comprometido com a carreira, como você leitor, aqui vai mais uma dica importante. Leia atentamente a descrição do cargo e as funções desempenhadas. Só vale lembrar que cargo e função não significam a mesma coisa. Cargo é o posicionamento hierárquico na estrutura orgânica da instituição. E função é um agregado de deveres, tarefas e responsabilidades, que requerem os serviços de um ou mais indivíduos.
Pode acontecer das funções não corresponderem ao cargo, e isso acontece muito. Uma boa descrição de vaga consegue de forma clara alinhar os itens cargo e funções. Particularmente já li descrições de cargos “infladas”, com requerimentos de certificações, graduações e títulos que não agregam em nada. Já que na prática as especializações não serão nem utilizadas. Isso acontece até por inocência das empresas em querer atrais bons profissionais. O problema é que o profissional super qualificado, ficará desmotivado em pouco tempo por não perceber um desafio real em sua nova posição.
Então na hora da entrevista você profissional comprometido com sua carreira, lembre-se de perguntar e perguntar, e se lembrar de algo mais, pergunte. Eu acho que pergunto tanto numa entrevista que o entrevistador acaba mudando de posição comigo (risos). Mas pode ser um fator decisivo para você selar essa nova futura relação profissional.
Eu já presenciei o que apelidei de contratação emocional. Eu nem sei se tem alguma publicação sobre o assunto, mas a verdade é que muitas contratações são realizadas por empatia e amizade. Então os dois lados da mesa de negociação precisam ser racionais, sobre os desafios que possuem. Se você for contratar, peça a opinião de outra pessoa que possa ser neutra em seu posicionamento. Se você estiver para ser contratada, lembre-se que podes estar terminando ali uma amizade. Amigos tendem a confundir os papeis dentro do ambiente profissional e ai as coisas complicam de vez.
Espero que esses pontos de reflexão ajudem na sua próxima recolocação.