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O  autor e professor Marcelino Tadeu de Assis participou do Seminário de Relações Trabalhistas – VII ENCAD, em conjunto com Reinaldo Faissal (FGV/IBMEC), Magda Hruza (FGV/ABRH/FIRJAN), e José Ribamar (FGV/OCB).  Segundo Marcelino – que fechou o II painel sobre “empregabilidade e novas formas de trabalho” – existem desafios importantes para que o país amplie sua base de profissionais e reduza o déficit de profissionais nas diferentes áreas.

Para ele, a ideia de empregabilidade, discurso corrente em muitas organizações e para milhares de trabalhadores, “ainda é um futuro distante da grande maioria”.   Ao todo, são 19,6 milhões de trabalhadores que atuam por conta própria, sem que 85% desse contingente tenha qualquer nível de formalização; dos 6,6 milhões de trabalhadores domésticos, mais de 4,6 milhões não possuem proteção trabalhista ou previdenciária; embora 56,7 milhões tenham carteira assinada (PNAD, 2011) – o que é um fato positivo – 27,4 milhões de trabalhadores não possuem proteção da previdência, conforme também destacado por José Ribeiro, representante da OIT (Organização Internacional do Trabalho) no Brasil, também presente no seminário.

O maior desafio, para Marcelino, no entanto, está na educação, que impede ou cria dificuldades para os investimentos em formação superior, domínio de tecnologias, idiomas e afins.  “No mercado de trabalho temos 8,5 milhões de trabalhadores sem qualquer nível de instrução”, para os quais a discussão de empregabilidade, escolha de uma carreira ou do tipo de trabalho, tenha esse trabalho ou não vínculo de emprego.  “Com até três anos de estudos temos 15 milhões de trabalhadores, o que muito pouco contribuiu com o mínimo de conhecimento para um aprendizado mais complexo e atualizado”, reforçou.

Marcelino acredita que o mercado de trabalho atual é muito frágil, o que acaba produzindo o chamado apagão de mão de obra, com déficit de profissionais em diversas áreas.  “No total temos 50 milhões de pessoas trabalhando, mas que não alcançaram o ensino médio, o que não facilita a inserção desses trabalhadores em atividades de maior nível de qualificação e remuneração”, destacou.

Essa baixa qualificação, alertou Marcelino, auxilia na explicação para o grande contingente de trabalhadores que recebe até um salário mínimo.  Segundo ele, são 31,4 milhões de pessoas nessas condições.  “Até dois salários mínimos temos 64,3 milhões de trabalhadores”, considerando-se todas as regiões do país.  “Até 800 dólares por mês”, reforçou o autor e painelista, “temos mais de 74 milhões”.

Outro desafio – que se conecta ao anterior – está na retirada de crianças e adolescentes de ambientes de trabalho, principalmente dos trabalhos degradantes, situação que envolve atualmente mais de 3,6 milhões menores.  São meninos que trabalham no corte de cana, na produção de carvão, no desossar de animais, na produção de farinha, no transporte de mercadorias e em tantas outras atividades que – a despeito de alguém conseguir uma justificativa econômica – diminui o mercado de trabalho, a qualidade do trabalho e da renda.  São milhões de crianças e adolescentes para os quais a discussão sobre empregabilidade encontra-se em um futuro inexistente.  São casos em que as “novas formas de trabalho”, objeto de discussão no seminário, ainda são as formas brutais de séculos passados.

Ao fechar sua exposição, deixou claro o autor que o papel dos administradores –  gestores ali presentes – é grande nessas questões, seja pela responsabilidade direta possuem na tomada de decisão, seja pela influência nas decisões tomadas por outras pessoas.  Destacou que, como sempre é dito, o futuro só existe se for inventado, o que se aplica à questão da empregabilidade e das novas formas de trabalho no século XXI.

“Esse futuro, no entanto, segundo o professor Silvio Meira, não chega para todos, no mesmo tempo e nem do mesmo modo”, sendo mais um ponto para a reflexão de cada participante do Seminário de Relações Trabalhistas, realizado no dia 09/09/2013, no Auditório da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.

http://www.cra-rj.adm.br/wp-content/uploads/2013/09/Informativo_VII_ENCAD1.pdf

Marcelino Tadeu de Assis
Graduado em Ciências Administrativas, pós-graduado em Administração e em Educação a Distância, além de mestre em Administração e Desenvolvimento Empresarial; 36 anos de experiência em empresas de médio e de grande porte, notadamente em Remuneração, Gestão de Benefícios, Indicadores de gestão em RH, Designação Internacional, Gestão do Ambiente de Trabalho e Desenvolvimento Gerencial; integrou equipes no campo da gestão empresarial, como Ewosa, Losango, Poesy, SulAmérica Seguros e White Martins; atua há mais de 28 anos como professor de cursos de graduação, pós-graduação e de extensão; integra o corpo docente da UNESA e Laboro; atuou na UFJF, FGV, UFRJ, UGF, FEFIS, UNIPÊ, Trevisan-UCAM, FSJ, entre outras; autor de cinco livros; autor de artigos técnicos envolvendo gestão de pessoas, além de palestrante em congressos, seminários e workshops; desenvolveu trabalhos nos EUA, Venezuela e México; conduziu trabalhos no campo do desenvolvimento Organizacional para uniddes no Uruguai, Paraguai, Peru, Chile, Bolívia, Colômbia e Argentina; atuou como diretor de Assuntos Estratégicos do GrupisaRJ; atuou em projetos de RH para diversas Organizações, bem como membro da CERH do CRA – RJ; recebeu o prêmio Belmiro Siqueira durante o Congresso Mundial de Administração; recebeu menção honrosa da ALERJ, por indicação do CRA-RJ; desenvolveu treinamentos para profissionais de grandes organizações, entre as quais TRE (RJ), TST, TRT (PE), Serpro, UnB, SEBRAE, Eletrobras, Petrobras, IBC, Compesa (PE), Renault, Pegeou, SMS (RJ), SEPLAG (PE e RJ), Itaipu Binacional, Correios e SENAC; membro do comitê científico do Congresso Mundial de Administração (2012) e do XIV Fórum Internacional de Administração (2015); atuou nas áreas de Contabilidade, Finanças e Marketing; integra o núcleo de ensino da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação; atua como Coordenador Nacional do CST em Gestão de Recursos Humanos – EAD (UNESA) e como Coordenador da Comissão Própria de Avaliação (CPA).


Marcelino Assis

Graduado em Ciências Administrativas, pós-graduado em Administração e em Educação a Distância, além de mestre em Administração e Desenvolvimento Empresarial.

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