Aproveitei que eu estava trabalhando no material de uma aula e resolvi compartilhar com vocês um pouco sobre processos criativos.  Eu tenho recebido muitos convites para participar de sessões, estudos, workshops sobre o assunto, etc. Confesso que não me animei ainda de participar deles.  Acho interessante participar e ver diferentes perspectivas sobre algo, mesmo que eu tenha a minha perspectiva. E gosto muito do processo de co-criação.

Nos processos de co-criação, inovação ou brainstorming há sempre alguns pontos importantes a se prestar atenção para tirarmos maior proveito.  Quero deixar para vocês minhas reflexões sobre o tema. Se tiverem alguma sugestão que eu não tenha mencionado, por favor me enviem que eu gostaria de ler.  Mas lá vão esses com a intenção de ampliar a adoção:

1.  Foquem na quantidade: quanto mais ideias forem geradas, maiores as chances de uma solução efetiva e até radical surgir.

2.  Abaixo as crí­ticas: suspender toda forma de julgamento permite a criação de atmosfera de suporte onde os participantes sintam-se livres para gerarem ideias incomuns.

3.  Toda ideia é bem-vinda: gerar uma lista de ideias incomuns e que até podemos dizer num primeiro momento que pareçam “estúpidas” são bem-vindas.  Muitas ideias que aparentemente não são úteis, abrem caminho para muitas outras que serão geradas e permitem que novas perspectivas sejam abertas.

4.  Combine e amplie ideias: boas ideias podem surgir da combinação de muitas ideias simples.  Geralmente boas ideias não surgem sozinhas, elas são acompanhadas de outras que a complementam.

descobertas

Já me deparei em algumas situações, com equipes muito ativas e outras que eram mais reservadas, e nem sempre se é óbvio como fazer todos participarem.  Eu já participei de algumas formas diferentes de trabalho e com certeza tem mais por ai. Mas vou compartilhas os que eu lembrei agora.  São elas:

  • Em silêncio – sim isso mesmo em silêncio. Aborde o tema ou problema a ser explorado e peça a todos que anotem em post- its ou cartões as suas ideias, encorajando a todos a escreverem claramente.  Essa é uma forma de fazer até os mais tí­midos participarem e sugerirem ideias.
  • Round Robin – sim vá controlando quem falou e quem não falou. Apontando e perguntando a cada um, isso funciona muito em grupos muito ativos, pois evita que alguém fique sem expor suas ideias. Além é claro de não deixar escapar os tí­midos.
  • Livre – cada um fala no momento que quer e como quer, sem que alguém fique controlando quem falou ou não. O que pode ser ruim num grupo de pessoas reservadas.  Vale a pena num grupo bem equilibrado e participativo.
  • Uma técnica bem legal de uso é a Reversão. É pouco usado, acho que só vi usarem ele uma vez.  Pois geralmente se vive apagando incêndios e nunca prevendo eles.  Mas essa opção de trabalho é para gerar problemas ou perdas financeiras num ambiente controlado.  Com isso muitas possibilidades de melhoria e prevenção podem ser pensadas e implementadas antes que os problemas surjam.  Confesso que gostaria de ver mais vezes o uso desse modelo.

Seja, porém de que forma for o seu processo de co-criação é importante que você lidere a sessão assegurando-se de que:

  • Garanta que todas as ideias que surgiram na sessão estejam anotadas;
  • Releia após a sessão todas as ideias.  Alguma ideia boa pode ter passado no meio de tantas e pode ser importante retornar a ela num momento oportuno;
  • O problema ou a questão a ser tratada precisa estar claro para todos os participantes, só comece a sessão se todos entenderem;
  • Mantenha a sessão focada na questão em discussão;
  • Assegure-se de que não haja criticas ou avaliações de ideias durante a sessão, isso deve ocorrer no momento adequado e não é na sessão;
  • Encoraje o entusiasmo e a colaboração entre o grupo que deve ser diversificado e multidisciplinar;
  • Dê as boas vindas a criatividade, faça o momento ser descontraí­do, boas ideias surgem no meio de um ambiente amigável e alegre;
  • Não permita que as ideias se estendam muito, tem que gerar volume e não parar para analisar cada uma;
  • Encoraje a criação de ideias radicais e diferentes, se for o caso crie algumas como forma de mostrar a liberdade de criação.
  • Não deixe o processo se estender muito para não perder o foco e o dinamismo.

Renata V. Lopes

Atua há mais de 25 anos na área de Tecnologia da Informação com gerenciamento de projetos e equipes multidisciplinares, em grandes empresas como Grupo Gerdau, Lojas Renner, Hewlett-Packard, Rio2016 e Grupo Guanabara. Master coach, leitora compulsiva, blogueira, apaixonada por redes sociais e estudante em constante desenvolvimento, acredita na cooperação, colaboração e compartilhamento do conhecimento como forma de aprendizado.

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