Não basta o título de chefe, para um grupo seguir uma pessoa. É preciso estar investida de autoridade, com uma gama de qualidades pessoais. Assim uma equipe efetivamente se deixa conduzir por ele. Vamos estudar a liderança perfeita de Jesus e aprender com Ele.

O lí­der, e principalmente o líder cristão, deverá sempre optar pela persuasão para conseguir apoio, o qual consiste em apelar à razão, ao raciocínio; produzir convicção, tendo sempre em mente: “…não por força nem por violência, mas pelo meu espírito, diz o Senhor dos exércitos”, Zc 4.6.

O poder de mando envolve fatores espirituais, educacionais, intelectuais e psicológicos, dentre outros.

Vejamos o exemplo de Salomão, um dos grandes lí­deres do passado, pediu ao Senhor “Dá-me, pois agora, sabedoria e conhecimento, para que possa sair e entrar perante este povo…”2 Cr 1:10, dirigiu o povo com sabedoria e o fez prosperar. O apóstolo Paulo não hesitou em aconselhar o jovem pastor Timóteo no preparo para ser um bom dirigente de igreja: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”, 2 Tm 2:15 e ainda “Persiste em ler… ” 1 Tm 4:13.

Sabe-se que um dirigente insensível pode não só aniquilar a iniciativa e o espírito de cooperação no ambiente de trabalho, como também influir na felicidade da vida familiar do subordinado.

A direção de grupos enfrenta o problema de eliminar tensões e atritos dentro da organização e de ajudar a criação de um ambiente de respeito e de cooperação.

O Estilo de Jesus

Lí­deres que só se preocupam com números, estão longe de ter o estilo de liderança de Jesus, pois ele conhecia intimamente cada uma de suas “ovelhas”, e as suas necessidades estão em primeiro lugar, O Bom Pastor chegou inclusive a dar suas vidas por elas.

A maneira como Jesus falava com as pessoas é admirável. Podemos dizer que Ele era positivo, porque geralmente deixava as pessoas perceberem o que estava sentindo sem, contudo, rebaixá-las ou menosprezá-las. Também não se dobrava quando seus adversários tentavam jogá-lo contra a parede.

Jesus também repreendia seus discí­pulos quando necessário, mas mostrava seu lado terno quando era necessário, vejamos o episódio da mulher apanhada em adultério, Jesus não desculpou o pecado dela, Ele o perdoou.

O estilo de Jesus coloca as pessoas em primeiro lugar e os regulamentos em segundo. As necessidades humanas vêm primeiro, as tradições depois. Em termos práticos, isto quer dizer que o lí­der, ás vezes, tem de quebrar as tradições “sagradas” e derrubar barreiras, isto requer muita coragem.

Os lí­deres que seguem esse estilo de Jesus, não quebram costumes e tradições só por fazê-lo. Mas o fazem quando os costumes interferem nos interesses e necessidades humanas.

Equilí­brio do lí­der

O equilí­brio em suas orientações provêm de várias qualidades que lhe são inerentes:

a) Autocontrole – As reações controladas pelo lí­der. Não se deixa levar por impulsos, procura analisar e compreender as motivações de seus subordinados, evitando irritações prematuras.

b) Compreensão de Outrem – O lí­der procura compreender os problemas de cada integrante do grupo e, fazendo com imparcialidade, pesa as qualidades e os defeitos, dando às primeiras o devido valor; e, às vezes, finge desconhecer certos defeitos.

c) Procura de Unanimidade – O consenso do grupo deve ser unânime. O lí­der deve alertar a equipe, dos problemas que surgem, e lhe dá uma oportunidade de discutir francamente os fatos, provocando a participação individual dos membros. E com essa situação, cria um ambiente de camaradagem e cooperação.

d) Respeito Humano – O grupo decide tacitamente como quer ser tratado, desde que com dignidade. “Respeite para ser respeitado”. A recíproca é verdadeira. O dirigente do grupo tem uma importância fundamental no ambiente de trabalho. Suas atitudes são refletidas em seus liderados, ocasionando o espí­rito de imitação. Os psicanalistas dizem que os liderados identificam-se com os seus lí­deres.

e) Enfrentar as Tensões e Conflitos – Vivemos em um mundo conturbado, onde as tensões e conflitos surgem a todo instante e com as tensões devemos estabelecer uma maneira de convivência. Cabe ao dirigente analisar os conflitos e dar uma solução, num clima de franqueza e compreensão mútua.

f) Obtenção de Cooperação dos Dirigidos – Existem 4 formas de se conseguir essa cooperação:

  1. Recompensa ao esforço – Estamos cônscios de que um elogio valoriza a pessoa e isso gera o desejo de melhorar ainda mais.
  2. Compreensão – O tratamento com paciência pelo lí­der, em ocasiões em que a produtividade cai por algum motivo pessoal, é levado em compreensão, faz com que haja no futuro uma compensação em termos de rendimento.
  3. Tratamento côrtes – Toda a pessoa gosta de ser bem tratada e retribuirá, tanto em reciprocidade, como a outras pessoas.
  4. Sentimento de importância – O desejo de ser importante está entre os mais poderosos desejos do homem. A estima e o reconhecimento dos que julgam ser seus valores é um desejo do indiví­duo. Todos são importantes na vida cotidiana, não interessando o serviço que estejam executando.

g) Conhecer seus dirigidos – Os lí­deres são chamados para servir e devem procurar as melhores oportunidades para afastar os seus da violência, pressões e facções, e encaminhá-los para a trilha tranquila com sabedoria, promovendo o bem-estar e o progresso do grupo.

h) Mansidão – Em nossa cultura temos a tendência de pensarmos que ser gentil, humilde e manso são sinônimos de fraqueza. Mas essas qualidades podem, na verdade, indicar mais força de caráter e autocontrole do que a “força” que impulsiona alguns a açoitar verbalmente seus adversários ou discutir com demasiada agressividade.

i) Verdade e amor – Não basta dizer a verdade, é muito importante a forma como a dizemos, nossas palavras devem ser cheias de amor, compaixão e delicadeza. A verdade, ás vezes, machuca, e nem sempre podemos impedir que isso aconteça, mas lembremos do que um dia alguém disse: “O Espí­rito Santo é um cavalheiro. Um cavalheiro jamais se comporta indelicadamente ou com maldade.”. Portanto um lí­der deve sempre pedir sua orientação.

O que um Lí­der tem a Oferecer?

Generosidade não significa dar apenas dinheiro, Um lí­der tem muito a oferecer aos seus dirigidos, citamos trás coisas fundamentais:

a) Dando o seu tempo – Em vez de reservar todo o tempo para si mesmo, o lí­der o usa de várias maneiras para servir.
b) Dispensando atenção – O simples fato de um lí­der demonstrar interesse pelo problema do seu liderado, o faz um grande amigo. Mesmo que ele não tenha como resolver o problema, mas a atenção de alguém ajuda muito alguém a descarregar suas aflições e angústias.
c) Partilhando sua experiência – Os melhores líderes aprenderam muita coisa durante a sua escalada até o cargo que ocupam. Quando alguém os procura, têm a maior boa vontade em passar o que aprenderam.

Que tentações um líder deve superar?

a) Poder – O abuso do poder é quase sempre verbal, mas nem sempre foi assim, casos de exclusão, tortura física e até morte, já vigoraram em nossas igrejas. Hoje porém, os lí­deres, para manterem o poder lançam mão dos seguintes meios:

  • Persuasão/manipulação;
  • Criam sentimento de culpa, vergonha ou ignorância;
  • Fazem ameaças;
  • Rebaixam ou ridicularizam;
  • Apelam.

b) Ego – O lí­der competente, tendo ele próprio senso de satisfação e auto-estima, faz questão de prestar reconhecimento àqueles que o ajudam. Eles não tomam para si a glória que pertence a outros. O verdadeiro lí­der se considera parte de uma equipe. Não procura recompensa para o seu ego, mas se a recompensa vem, tem prazer em dividir com os outros.

c) Ira – A maioria das vezes nos iramos de forma injusta. Porque nos sentimos frustados, ansiosos e por não gostarmos do que somos. Mas essa ira pode ser doentia e deve ser controlada. É muito comum quando nos encontramos em situações difí­ceis, despertarmos esse sentimento, mas o autocontrole deve persistir.

18 Princí­pios de um Bom Lí­der

  1. Jesus foi confirmado como lí­der antes de poder liderar. O mesmo deve acontecer conosco.
  2. Lí­der é aquele que presta reconhecimento aos que o precederam.
  3. Bons Pastores conhecem suas ovelhas; Bons lí­deres conhecem seus seguidores.
  4. No serviço do Senhor, posso Ter coragem para enfrentar qualquer batalha de liderança.
  5. Só um lí­der verdadeiramente forte pode ser verdadeiramente bondoso.
  6. O verdadeiro lí­der coloca os interesses das pessoas na frente das tradições humanas.
  7. O verdadeiro lí­der dá com generosidade.
  8. O verdadeiro lí­der diz a verdade em amor.
  9. O lí­der é capaz de perdoar porque já experimentou o que é ser perdoado.
  10. É quando obedece a Deus e serve aos outros que o lí­der encontra seu maior poder.
  11. O lí­der que tem segurança em Jesus Cristo, não tem nada a proteger.
  12. Da mesma maneira que Jesus, o verdadeiro lí­der expressa sua ira de maneira saudável.
  13. Um verdadeiro lí­der, com a ajuda de Deus, equivale a uma grande maioria.
  14. O verdadeiro lí­der ajuda os incrédulos a se tornem crentes.
  15. Perfeito, houve apenas um lí­der, e mesmo assim foi criticado.
  16. O lí­der prudente, impede que pequenos problemas se tornem grandes problemas.
  17. Os líderes são escolhidos e equipados por deus; temos apenas que descobri-los e desenvolvê-los.
  18. O líder treina outros, que se tornam lí­deres, que por sua vez, treinam outros.

Bibliografia

Gabi, Wagner – “Relações Públicas e Humanas para Lí­deres Cristãos” – Editora CPAD.
Youssef, Michael – “O Estilo de Liderança de Jesus” – Editora Betânia


Renata V. Lopes

Atua há mais de 25 anos na área de Tecnologia da Informação com gerenciamento de projetos e equipes multidisciplinares, em grandes empresas como Grupo Gerdau, Lojas Renner, Hewlett-Packard, Rio2016 e Grupo Guanabara. Master coach, leitora compulsiva, blogueira, apaixonada por redes sociais e estudante em constante desenvolvimento, acredita na cooperação, colaboração e compartilhamento do conhecimento como forma de aprendizado.

error: Conteúdo Protegido!