Outro dia li um texto no Linkedin que me chamou muito a atenção. Era sobre a falta de educação da nova geração de gestores.  Esse texto foi muito compartilhado, mas sua autora original é a Luciana Telles, segue a fonte de onde o post começou a circular http://lucianatelles.me/2015/07/08/a-incrivel-geracao-de-gestores-sem-educacao/.

Ela teve a grande coragem de colocar esse fato em pauta. E não é de hoje que ele surge nas conversas com colegas e coachees. Se você acha impressionante que está ficando cada dia mais comum esse tipo de comportamento. Também deve estar se perguntando como estabelecer um limite entre sua vida pessoal e profissional. Com o advento dos smartphones, o que já vinha se tornando um hábito, agora é praxe total. Conexão com a empresa 24 horas por dia.

Vamos pensar juntos, já que não tenho a resposta de como resolver isso de uma vez. Se uma empresa precisa que seus colaboradores estejam disponí­veis fora do horário comercial, deve antes de tudo rever seus processos.  Talvez seja necessário ter uma equipe com horário alternativo de atendimento e não dentro do já conhecido modelo 5×8 (8 horas por dia, nos 5 dias da semana de segunda a sexta).  Isso vai requerer boa vontade e a participação do RH. Que no final das contas é quem acaba sofrendo com o passivo trabalhista no final dos contratos de trabalho.

Para quem entra na empresa precisa ter muita atenção para não cair na armadilha de ficar trabalhando direto sem descanso.  Eu gosto muito de trabalhar e quando pego um novo desafio, caio de cabeça para entender como funciona a empresa. O que me gera muitos e-mails e trabalhos nos finais de semana iniciais.  Até aí­ sem problemas, vejo que a maioria dos profissionais que conheço também fazem isso.

A grande questão é quando o telefone começa a tocar todos os dias depois que você saiu do escritório e nos finais de semana, isso acontecendo mesmo quando você chega cedo e sai depois do horário todos os dias, denota uma falta de gestão nas outras áreas também. Essas questões precisam ser levantadas por todos que sofrem esse tipo de abordagem mesmo tendo cumprido a jornada de trabalho acordada.

Se posicionar e impor limites é fundamental, muitos sentem medo em fazer isso. Não é fácil realmente abordar o assunto sem que você passe a percepção de desinteresse. Mas é importante conduzir a negociação de forma a preservar sua vida pessoal. Afinal de que de adianta o sucesso profissional, se você não tiver com quem comemorar na sua vida pessoal?

Graças a Deus muitas empresas estão cientes que precisam melhorar nesse aspecto e buscam proporcionar aos seus funcionários uma vida mais equilibrada.  Apesar de cada dia estarem mais enxutas e com certeza querem pessoas comprometidas nos times.  Mas isso não deve significar funcionários abrindo mão de finais de semana, feriados e das férias.

Até porque vamos pensar: onde encontraremos tempo para nos especializar? Por mais que muitos profissionais hoje não tenham a pretensão de se tornarem gestores sabemos que ter uma especialização em gestão de pessoas e liderança, ajuda inclusive com os colegas de trabalho. Além disso um bom profissional precisa se manter atualizado dentro da área de formação.

Além do problema citado no artigo da Luciana sobre a disponibilidade exigida pelo gestor de contato 24×7, há ainda o caso da pressão.  Todos nós que atuamos a algum tempo já sabemos de antemão que se não dermos resultados somos eliminados. E ainda que o cumprimento das metas é importante para todos.  Ter gestores que a cada pedido exigem um tempo irreal para entrega das tarefas e ainda ficam te dizendo que se você não atender rápido, irão de demitir é outro aspecto muito ruim.  A pressão em si de resultados é mais do que suficiente hoje para os profissionais. O mercado de trabalho é cada vez mais competitivo. Mas isso não significa que durante várias vezes do seu dia, alguém precisará te lembrar disso.

Para ter sucesso numa carreira é preciso se identificar com o que faz e ter prazer em trabalhar. Me pergunto onde fica o prazer de alguém em ter gestores assim? Não é preciso sorrisos e tapinhas nas costas, basta uma postura mais profissional, especialmente em empresas que já deixaram de serem empresas de garagem a muito tempo.

Enfim para você profissional o importante é sempre se perguntar: o que você busca e quais os seus limites?  E se quiser se conhecer um pouco mais, aqui vai um teste para saber que tipo de chefe você é.


Renata V. Lopes

Atua há mais de 25 anos na área de Tecnologia da Informação com gerenciamento de projetos e equipes multidisciplinares, em grandes empresas como Grupo Gerdau, Lojas Renner, Hewlett-Packard, Rio2016 e Grupo Guanabara. Master coach, leitora compulsiva, blogueira, apaixonada por redes sociais e estudante em constante desenvolvimento, acredita na cooperação, colaboração e compartilhamento do conhecimento como forma de aprendizado.

error: Conteúdo Protegido!