Outro dia dei uma parada para revisar alguns materiais de pesquisa especialmente os de competências interpessoais. Tenho muito material e já falei disso aqui inclusive. Num desses momentos de reavaliação dos materiais encontrei o resultado de uma pesquisa de 2010 da Korn/Ferry com 365 executivos de 8 países latino-americanos, sobre competências comportamentais desejadas nos líderes. Liderança com 56% era a competência mais desejada.

54% desses executivos diziam sentir falta de líderes capazes de se comunicarem efetivamente. Analisando o dia a dia de algumas empresas 7 anos depois da leitura dessa pesquisa, observamos ainda a mesma necessidade. Essa sem dúvida é uma habilidade importante em todas as esferas de atuação e para mim está diretamente ligada na necessidade de tomar decisões complexas.

48% dos executivos acreditam ser a terceira competência mais importante para os líderes. Decisões complexas exigem um nível de comunicação franco e continuo. Além do conhecimento profundo das operações de negócios onde estão inseridos esses lideres. Então pergunto: em quanto tempo alguém pode se tornar expert em alguma área? Como as empresas investem nesse processo de desenvolvimento?

A experiência é ainda hoje a melhor forma de aprender, colocar a mão na massa e produzir acelera o desenvolvimento de um profissional. Mas é preciso entender que haverá erros nesse processo. Quanto às empresas estão dispostas a aceitarem de erros para que um profissional adquira experiência?

Essas reflexões e indagações me levam a pensar num pequeno esquema para construção dessas duas habilidades simultaneamente.  Fazer isso colocando a mão na massa e avaliando os resultados, compartilhando o conhecimento adquirido de forma madura e profunda. Simplesmente olhar os resultados sem um olhar crítico, que instigue novas oportunidades de melhoria, não trará resultados. 

Todo negócio tem por base uma missão e uma visão, comunique ela em todos os níveis e em todos os momentos. Decisões complexas podem ser mais assertivas, quando o senso de equipe é forte.  Então voltando ao principio do texto, comunicar e desenvolver líderes é um desafio e tanto para qualquer empresa até hoje. A tecnologia humana é complexa, quanto mais conhecimento, informação, treinamentos, seminários e livros “consumidos” mais bate a sensação que é preciso mais. 

O segredo está em comunicar. Entender a estrutura psicológica do ser humano, sendo ele cliente, fornecedor ou funcionário. Todos os envolvidos à sua volta possuem expectativas. O quanto temos entendido e atendido essas expectativas? Com inteligência emocional é possível maximizar a integração e minimizar os conflitos, alcançando os resultados almejados. Então será que essa “falta” de líderes existe? Ou não conseguimos identifica-los diante do volume de tarefas?

Nem todo conhecimento adquirido academicamente pode suplantar a necessidade essencial de ser ouvido. Será que investir tempo em se relacionar e analisar as informações que já existem não atenderia as expectativas desses executivos?  Será realmente que há uma falta de líderes? Ou será que apenas que a urgência em identifica-los e rotulá-los não vem deixando pessoas competentes de fora desse alto patamar desejado pelos executivos?

Essas questões não fecham o assunto, mas deixo aqui para uma reflexão diante do que ouço ainda hoje de alguns empresários e que me parecem não terem mudado nesses 7 anos. Mesmo com toda a evolução tecnológica e aumento do conhecimento. Será que faz sentido para você?!


Renata V. Lopes

Atua há mais de 25 anos na área de Tecnologia da Informação com gerenciamento de projetos e equipes multidisciplinares, em grandes empresas como Grupo Gerdau, Lojas Renner, Hewlett-Packard, Rio2016 e Grupo Guanabara. Master coach, leitora compulsiva, blogueira, apaixonada por redes sociais e estudante em constante desenvolvimento, acredita na cooperação, colaboração e compartilhamento do conhecimento como forma de aprendizado.

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