Li um artigo da Dra. Jacqueline Meireles, psicóloga clinica e hospitalar e editora do blog www.psicologiaemanalise.com.br, destaco aqui um trecho muito elucidador sobre o conceito de lealdade, muitas vezes usado como sinônimo de fidelidade.
“Os casais na atualidade tendem muito a querer essa tal fidelidade, entretanto a fidelidade parte do princípio de um dever moral, uma obrigação, um compromisso, quase um contrato. Já a lealdade é muito mais que isso, está relacionada a valores, sinceridade, vínculo afetivo. Em suma, enquanto o leal não trai por valores emocionais o fiel não trai por valores morais.
O leal é uma questão mais voltada à maturidade emocional, enquanto o fiel apenas quer cumprir as regras e os costumes, na exatidão de suas promessas, situação que o leal não está muito conectado a essas regras, pois seus princípios vão além das regras. A lealdade está na confiança construída das relações interpessoais.”
Nas organizações em que o conceito de lealdade é claramente identificado em seus colaboradores, o potencial de fazer acontecer é exponencialmente maior de qualquer outra organização. Mas para que a lealdade exista, é importante a criação do vínculo, e isso requer mais uma vez investir tempo. Não se constroe uma relação de lealdade simplesmente ordenando – “sejam leais”.
Lealdade é uma ferramenta poderosíssima dentro de uma organização, pois quando uma situação sai do planejado e ações imediatas são necessárias, os leais vão querer mudar o rumo, e se não conseguem mudar, pedem ajuda para isso. Mas no final sempre mudam. São desafiados e se precisam mudar a si próprio, eles mudam também sem nenhum pudor ou medo. Sabem que nada os impede de trocar de emprego, abandonar uma relação fracassada, o leal é livre e pode fazer o que quiser, quando quiser. Mas se escolhe estar ali, o leal está de corpo e alma, porque é auto-organizado, auto-impulsionado e sempre pronto a enfrentar os desafios junto com os seus.