Eu amo o personagem Dilbert, nos quadrinhos sempre encontro comportamentos muito conhecidos no ambiente de TI. A tirinha que mais gosto é aquela que seu gestor fala sobre implantar um banco de dados. E o Dilbert pergunta de que cor, pois sabe que seu chefe não tem a mínima ideia do que está pedindo.

Esse é um exemplo extremo, mas as vezes é bem nessa linha que algumas empresas compram sistemas. Ouvem alguém dizer que ajudou na obtenção de bons resultados nas empresas A e B, e o gestor então decide que precisa investir na solução também. 

Não tem nenhum planejamento ou estratégia de negócios definidos, mas assim mesmo investe na aquisição de um sistema que “supostamente” a empresa precisa. Outro dia ouvi de um empresário que ele tinha adquirido um sistema de gestão (ERP) na nuvem, pagava o valor de R$ 400,00 por mês, bem baratinho. 

A questão é que 5 meses depoisninguém (e eu digo ninguém mesmo, nem ele) tinha usado o sistema ainda. Para mim, esse sistema era bem caro pois foram R$ 2.000,00 pagos sem trazer nenhum benefício a empresa.

Analisar a dinâmica do negócio, entender os padrões de atividades, as necessidades de novos serviços ou melhorias dos atuais farão com que as demandas por novas tecnologias sejam assertivas. 

Quando bem planejado teremos processos, dados e tecnologia integrados em prol dos resultados dos negócios e seus objetivos de desempenho.  Ter critérios de decisão de onde investir os recursos financeiros com tecnologia evita o exemplo dado acima.  

Lógico que não ter pessoas adequadas e treinadas para atender, acabará em projetos mal sucedidos.  E não falamos aqui apenas dos profissionais de TI, mas das áreas de negócios também. Em muitas oportunidades deve-se investir tempo e recursos no desenvolvimento de competências específicas dos envolvidos nos projetos de TI. 

Lembro de um caso em que fui convidada a avaliar um sistema, que segundo o gestor não funcionava adequadamente. Minha surpresa veio ao visitar a empresa e descobrir que a pessoa responsável em operar era uma funcionária que acumulava funções e nem treinada no sistema havia sido.  

O gestor com muito mais conhecimento simplesmente não operava o sistema por acreditar que não era o seu papel. Então vamos combinar que muitas situações exigem mais competências comportamentais do que técnicas. 

Independentemente do cargo ou função, ter ciência dos impactos que suas atitudes podem causar no resultado pode ser o ponto de partida para maior integração e aumento da produtividade de todos os envolvidos.  

Isso tem relação direta com o processo de relacionamento com o cliente interno, no qual um dos pontos chaves é o desenvolvimento em conjunto dos projetos que envolvem tecnologia. Fazer o papel do cliente interno ajuda a ampliar as perspectivas de como a tecnologia pode e precisa melhorar a rotina de quem utiliza e não engessar as atividades. 

Então sendo ou não de TI reflita se os seus comportamentos impactam os projetos de TI da sua empresa? Será que você está investindo adequadamente seu orçamento? Você está pensando em como implantar uma nova tecnologia, então que tal pensar na gestão da mudança? 

Se a sua empresa pensa em fazer uma implantação espero que esse texto ajude você a desenvolver um olhar 360º na implantação. E conte conosco se precisar. 


Renata V. Lopes

Atua há mais de 25 anos na área de Tecnologia da Informação com gerenciamento de projetos e equipes multidisciplinares, em grandes empresas como Grupo Gerdau, Lojas Renner, Hewlett-Packard, Rio2016 e Grupo Guanabara. Master coach, leitora compulsiva, blogueira, apaixonada por redes sociais e estudante em constante desenvolvimento, acredita na cooperação, colaboração e compartilhamento do conhecimento como forma de aprendizado.

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