A vantagem de já ter falido é que agora tenho experiência. E ganhei mais experiência ainda reerguendo um negócio quebrado.

Depois de falir a primeira vez, tive a chance de entrar na sociedade de uma empresa que estava em crise e poder colocar em prática tudo o que aprendi. Saiba que não precisa estar falido para você me pedir ajuda não.

Basta que o saldo negativo tenha dado um olá no seu balanço mensal para que comecemos um trabalho. Um negócio que começa a aparentar sinais de que os resultados estão aquém da meta, devem ter sua atenção redobrada.

O primeiro passo é realmente contratar assessoria profissional. O olhar do empresário está viciado na rotina, ele já não consegue mais enxergar onde estão os problemas e quais soluções implementar. O olhar externo sempre apresenta novas perspectivas sob alguns aspectos da gestão. Mas minha empresa está no vermelho, Rê! Não se desespere eu ajudei algumas empresas a saírem do vermelho quando buscaram a Tecnologia Humana e espero poder ajudar muitas ainda. Então vem comigo nesse texto para você entender um pouco mais do processo.

No primeiro momento a assessoria pode fazer o diagnóstico do que está acontecendo. Desse processo de mapeamento saem planos de curto, médio e longo prazo. Todas as ações rápidas que puderem ser implementadas para colocar a organização de volta ao seu resultado, devem ser realizadas. Você pode até chegar com o caixa no zero, mas não no negativo. Há pouco tempo mesmo uma cliente conseguiu fazer sua primeira retirada no segundo mês de processo, após 1 ano de empresa estabelecida.

O planejamento de médio e longo prazo, podem vir acompanhadas de ações mais complexas ou não. Mas todas devem convergir para a redução dos custos operacionais. Vire um verdadeiro sovina e corte cada centavo que puder. Redefina prioridades e mantenha apenas o que for essencial para os resultados do negócio. Para que isso seja realmente efetivo é preciso que você anote e acompanhe cada valor investido. Fez anúncio e não deu retorno, não anuncie de novo por exemplo.

Eu me dediquei muito no artigo anterior a falar sobre remuneração estratégica, por causa desse momento de mudanças nas leis trabalhistas. Quando você tem pessoas excelentes trabalhando com você a tanto tempo, fica difícil demitir. Busque junto com elas alternativas e se não for possível um acordo, por mais que doa, reduza sua folha de pagamento.

Integre sua organização em prol da redução de custos, passei por isso em grandes empresas nacionais. Em todas tivemos as equipes envolvidas e implementando reduções. Parece bobagem, mas ao invés de copos plásticos todos foram incentivados a adotar caneca e squeeze. Implante assim que der um sistema de controle financeiro, se sua empresa é pequena uma planilha bem montada vai suprir essa necessidade. Afinal de que adianta um super sistema, sem o acompanhamento e análise dos dados.

Está complicado, renegocie as dívidas, estenda os prazos e batalhe para que ela caiba no orçamento da empresa. Não saia pegando empréstimos sem analisar bem, cheque especial e cartões de crédito possuem juros altíssimo, então cuidado. Aqui você precisa salvar sua organização e não afundá-la em dívidas. Já peguei empresas que a venda de ativos e parte do estoque conseguiram reverter boa parte da dívida.

Planejamento, planejamento e planejamento serão suas melhores amigas para você passar por esse momento. E quando você passar, elas te acompanharão para toda a vida. Algumas vezes a vida quer nos ensinar algo e a única forma é nos colocando de frente com a situação, sem que possamos escapar. A partir de então temos o que chamamos experiência.

Reerguer um negócio é um desses momentos. Ele não precisa estar no fundo do poço, bastam alguns degraus abaixo e você deve arregaçar as mangas e atuar. Boa gestão e bons resultados sempre de olho no financeiro.


Renata V. Lopes

Atua há mais de 25 anos na área de Tecnologia da Informação com gerenciamento de projetos e equipes multidisciplinares, em grandes empresas como Grupo Gerdau, Lojas Renner, Hewlett-Packard, Rio2016 e Grupo Guanabara. Master coach, leitora compulsiva, blogueira, apaixonada por redes sociais e estudante em constante desenvolvimento, acredita na cooperação, colaboração e compartilhamento do conhecimento como forma de aprendizado.

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