Todos hoje sonham em empreender. Em 2002 li uma pesquisa divulgada pelo Instituto Data Folha que falava que 77% dos entrevistados que estavam empregados pensavam em abrir seu próprio negócio.  Essa semana eu estava vendo o telejornal da Globo News e ouvi que muitos jovens pensam em abrir seu próprio negócio.  Afinal por que empreender é tão importante assim para as pessoas?  Por que o conceito se tornou sinônimo de independência?

Empreender na minha opinião nem sempre significa ter o seu próprio negócio. Em meus estudos sobre o tema cheguei a seguinte reflexão que agora compartilho com vocês. Empreender trata-se de ser dono do negócio, ter autonomia de decisão, fugir da rotina, poder criar e inovar.  Mas se tudo isso for possível de ser obtido bem onde você trabalha. O que você faria?

Intra empreendedor é a versão em português da expressão “intrapreneur”, que significa empreendedor interno, ou seja, empreendedorismo dentro dos limites de uma organização já estabelecida.

O intra empreendedorismo (intrapreneuring) é um sistema para acelerar as inovações dentro de grandes empresas, através do uso melhor dos seus talentos empreendedores. É um sistema que oferece uma maneira saudável para reagir aos desafios empresariais do novo milênio.

Eu diria que algumas empresas conseguem implantar o conceito do intra empreendredorismo e muitas pessoas podem fazer acontecer onde atuam. Basta para isso ter um olhar de dono do negócio, enxergando além das suas funções e questionando o que podem fazer a mais, não toleram os desperdícios, o trabalho mal feito, a improdutividade, etc.  Nem sempre o intraempreendedor consegue criar um novo produto ou serviço, mas ele pode fazer algo para aumentar a produtividade do que faz.  Um novo modo de trabalhar pode ser implementado, ou ainda um processo pode ser redefinido.

Outro dia estava conversando com a cabeleireira que eu frequento, ela está há 18 anos na mesma empresa. Perguntei se ela tinha vontade de ter seu próprio negócio e ela disse que hoje até poderia pensar, mas ela podia fazer a diferença onde estava.  Ela então me contou que a rede de salões onde ela trabalha, tinha um modelo de atendimento e ela percebeu que nos momentos de crise suas clientes acabavam cortando o salão do orçamento para economizar.

Foi observando e anotando tudo que ela soube o volume exato de clientes que viriam todas as semanas ela poderia economizar comprando o material todo e negociando melhor com o fornecedor.  Para fidelizar suas clientes e garantir o dinheiro para pagar os produtos, ela apresentou ao dono do salão o seu projeto de criação dos chamados “Pacotes de Beleza”.

Como resolvedora de problemas que não mede esforços para se destacar em suas funções no salão, ela entregou um projeto além do esperado e acordado para seu cargo.  Ganhou a confiança do patrão, implantou seu projeto onde trabalhava e depois de constatado o resultado pode aplicar em outras lojas da rede.

Além da vantagem de não terem que arcar com todas as funções que um negócio próprio exige, ela conseguiu fazer diferente e garantir a receita.  Afinal no início de um novo negócio você tem que se desdobrar desde a função de office boy a de acionista.  E ainda assim ser o último a receber o salário. Pois o que ninguém te conta é que para tudo dar certo, primeiro você arca com todos os compromissos financeiros que vão de pagamento de salários, fornecedores e impostos, para só então conseguir fechar a contabilidade e tirar o seu salário.

Fonte: http://superela.com/2016/06/28/empreender-ou-intraempreender/


Renata V. Lopes

Atua há mais de 25 anos na área de Tecnologia da Informação com gerenciamento de projetos e equipes multidisciplinares, em grandes empresas como Grupo Gerdau, Lojas Renner, Hewlett-Packard, Rio2016 e Grupo Guanabara. Master coach, leitora compulsiva, blogueira, apaixonada por redes sociais e estudante em constante desenvolvimento, acredita na cooperação, colaboração e compartilhamento do conhecimento como forma de aprendizado.

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